O Bêbado e a Equilibrista (João Bosco / Aldir Blanc) - Trilhas

Details
Title | O Bêbado e a Equilibrista (João Bosco / Aldir Blanc) - Trilhas |
Author | Banda Trilhas - Luiz Vinicius Britto |
Duration | 3:56 |
File Format | MP3 / MP4 |
Original URL | https://youtube.com/watch?v=e3QqibxSUtE |
Description
Gravação extraída da "live" realizada pela Trilhas, em 20.02.2021, quando foi feita homenagem ao letrista da canção, morto pela Covid-19.
Sobre a canção:
"O Bêbado e a Equilibrista é uma obra composta por dois artistas de enorme prestígio, João Bosco e Aldir Blanc. A voz escolhida para dar vida a música, em sua gravação original, foi Elis Regina, que gravou a música no seu álbum ‘Essa Mulher’, lançado no ano de 1979.
Rapidamente, O Bêbado e a Equilibrista se converteu uma espécie de ‘grito de liberdade’ durante a época da anistia e o final da Ditadura Militar no território nacional, sendo popularmente conhecida como o ‘Hino da Anistia’, apesar de ter sido criada antes da entrada em vigor da Lei da Anistia.
A música O Bêbado e a Equilibrista começou a ser escrita na fase entre as festas de fim de ano de 1977, dado que João Bosco gostaria de prestar uma homenagem ao genial Charles Chaplin, que faleceu em 25 de dezembro (Natal) do mesmo ano. Por isso, as primeiras linhas da canção retratam o personagem Carlitos, feito por Chaplin: “caía a tarde feito um viaduto. E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos”. Além desse trecho, a música conta com inúmeras menções a acontecimentos e pessoas vinculadas ao período. Isso quer dizer, o governo militar e a anistia cedida para pessoas contrárias ao sistema e aos próprios militares, conforme a Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979.
Na passagem ‘Choram Marias e Clarisses’, João Bosco fez questão de se referir a filha de Manuel Fiel Filho, Maria, e a mulher do jornalista Vladmir Herzog, Clarisse Herzog. Às duas pessoas citadas na letra morreram durante prisões no DOI-COI, devido ao posicionamento contrário à Ditadura Militar. Em outra parte de O Bêbado e a Equilibrista, “Brasil que sonha… com a volta do irmão do Henfil”, o trecho tem a ver com Herbert José de Sousa, o Betinho, irmão de Henfil, que precisou se exilar no decorrer da década de 1970. Nesses anos, Betinho vagou entre o Chile, o Canadá e o México.
Já o verso ‘caía a tarde feito um viaduto’ lembra a tragédia da queda do Viaduto Paulo de Frontim na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Com a letra devidamente concluída, a cantora Elis Regina foi convidada para dar voz à canção. A canção foi apresentada pela primeira vez em uma atração de televisão por Elis Regina, em São Paulo. Com essa performance, ‘O Bêbado e a Equilibrista’ se consagrou como um sucesso praticamente instantâneo e caiu no gosto popular antes mesmo do seu lançamento oficial.Vale salientar que um dos autores, Aldir Blanc, já falou publicamente que encara a música como um resultado da união e do laço de amizade entre ele, João Bosco, Henfil e Elis Regina.
https://versoseprosas.com.br/historia-da-musica/historia-da-musica-o-bebado-e-a-equilibrista-de-elis-regina/
Letra:
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco
Louco
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar
Ficha Técnica desta gravação:
Luiz Vinicius: Voz e tamborim
Paolo Pellegrino: Guitarra
Carlos Coelho: Baixo
Ito Araújo: Percuteria
Joberson Macedo: Teclado